ESPAÇO
Bem vindes ao quinto post!
O foco hoje começa a mudar do nosso corpo, responsável pela ação na videodança, para o ambiente, o cenário, a nossa casa! Sendo assim, essa postagem foi pensada pra explorar as possíveis relações do protagonista (nosso corpitxo) com o ambiente no qual ele está inserido (nossa casa).
De que maneira vemos a nossa casa? Como nos relacionamos com o que tem nela? Quanto espaço temos disponível para interações?
Hoje, nosso objetivo é criar novas respostas pra essas perguntas. É conhecer a casa por outros olhos — e, também, não só pelos olhos. E pra compensar a carga teórica excessiva da última postagem, essa aqui vai contar com uma base de conhecimento completamente empírica - basicamente, só experimentação… afinal, não existe uma ciência sobre como cada subjetividade lida com o ambiente na qual está inserida.
ADENDO:
Ontem (21/10), tive uma aula de butô especialmente sobre o modo como essa dança/filosofia lida com o espaço. Por ser uma prática recente na minha vida (mas que mudou completamente a maneira como eu vejo a dança), não me sinto confortável pra escrever muito sobre ─ afinal, o que eu sei ainda é muito introdutório pra servir como base de qualquer coisa… por hora, ainda estou na fase de descobrir novos questionamentos. De qualquer forma, encontrei alguns artigos e referências bem interessantes sobre (os quais estão sugeridos nas referências para ir além); deles, ressalto o seguinte momento:
“O corpo aqui [na dança butô] transita por outras projeções no espaço-tempo. Os pés enraizados no solo, o modo singelo, paciente, cerimonioso e sutil de se mover nessa dança, o olhar que atravessa a pele e penetra nos espaços ocultos desse corpo, conjugando o céu e a terra, o interior e o exterior, revela uma estética que rejeita o aprisionamento do corpo em um molde cultural ao explorar as posições arquetípicas [...]” (TIBÚRICO, p, 2).
EXERCÍCIO
A descoberta de uma nova visão da casa também será um exercício mediado via vídeo, então é basicamente dar play no vídeo e vir com a gente :)
A proposta de exercício vai ser explorar o espaço a partir de alguns órgãos sensoriais que a gente têm. Sendo assim, a prática será dividida em momentos distintos, caracterizados por uma orientação externa (minha), voltada pra esses órgãos.
Materiais necessários:
seu corpitxo
algo que reproduza som (alto-falantes, o computador, celular, etc…)*
um espaço mínimo (os deslocamentos se adaptam a ele, então não precisa de um salão enorme e vazio ;)**
* Rola fone de ouvido também, mas aí de preferência bluetooth, pra não atrapalhar a movimentação.
** Não precisa ser grande, mas é importante que cada um se sinta confortável pra prática. Afinal, quando se fala em conhecer o corpo a partir da nossa parte sensorial, o resultado é proporcional à entrega que cada um dá. Quando mais abstrair do ambiente pra focar nas sensações do corpo, melhor.
BIBLIOGRAFIA
Para ir além:
ENSAIANDO A CORPOREIDADE: CORPO E ESPAÇO COMO FUNDAMENTOS DA IDENTIDADE, artigo de Patrício Pereira Alves de SOUSA, 2009.
ESPAÇO E CORPO: UMA INTERPRETAÇÃO FENOMENOLÓGICA DA PERFORMANCE DE MODELO VIVO, artigo de Bruna da Silva SASSI e Almir NABOZNY, 2019, disponível em: https://www.enanpege2019.anpege.ggf.br/resources/anais/8/1562630922_ARQUIVO_ESPACOECORPOUMAINTERPRETACAOFENOMENOLOGICADAPERFORMANCEDEMODELOVIVO.pdf
Visibilidades espaço-temporais do corpo na dança butô, artigo de Larissa Kelly de Oliveira TIBÚRICO, publicado pela UFRN; disponível em: https://www.publionline.iar.unicamp.br/index.php/abrace/article/view/1251
Treino e(m) poema, livro escrito por um dos fundadores do butô, Kazuo Ohno, publicado em português pela editora n-1 edições. Disponível em: https://issuu.com/n-1publications/docs/treino_e_m__poema_ohno - livro com os principais fundamentos do butô.
Being MA in movement: space-time in butoh, somatic practice, and durational performance art, tese de mestrado de Christine BELLEROSE, publicada em 2015 pelo programa Theatre and Performance Studies da York University de Toronto. Disponível em: https://www.academia.edu/29685158/BEING_MA_IN_MOVEMENT_SPACE_TIME_IN_BUTOH_SOMATIC_PRACTICE_AND_DURATIONAL_PERFORMANCE_ART_integral_