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EDIÇÃO

Bem vindes ao décimo terceiro post!


Aqui, falaremos sobre edição! Essa é a etapa de construção do vídeo, muito importante para a composição poética, na qual são feitos novos cortes, encaixes, alterações na luz, na velocidade, na música, etc. Esses ajustes finais são responsáveis pelo acabamento da obra, definindo a sensação de continuidade, a construção dos espaços e tempos distintos, o ritmo, as perspectivas,... em suma, é a oficialização dos sentidos estabelecidos pela narrativa.

Para construir o filme da melhor maneira possível, tendo em vista os objetivos estabelecidos, é importante, antes de tudo, realizar uma análise do material bruto — conhecer bem todas as imagens e sons coletados. A partir disso, é possível escolher os melhores momentos para cada combinação de cenas, e as alterações estéticas que precisam ser feitas (aumento/diminuição de contrastes, alteração na velocidade, etc) se tornarão evidentes. Nesse momento o roteiro é revisto, enquadrando as cenas gravadas nos momentos mais coerentes. De modo prático, a duração dos segmentos, os cortes e a ordem da sequenciação são importantes para dar ritmo à coreografia. 

No vídeo, o ritmo é a percepção de duração de uma ação, assim como a mudança de planos não sequenciais. Em um vídeo, a composição rítmica depende dessa forma, do tempo e do espaço. (CAPELATTO, MESQUITA, 2014, p. 94)

O tempo refere-se à velocidade com que uma personagem ou um objeto se movem, ou seja, a aceleração, desaceleração ou pausa de um movimento. Já o espaço define os momentos, de modo que um corte de um plano para outro, alterando o espaço cenográfico, pode causar a sensação de que se passou certo tempo a mais do que o tempo cronometrado na transição da cena. A duração da cena também interfere na construção do ritmo: quanto mais comprido é o segmento, maior a sensação de lentidão/calmaria (num geral), enquanto um segmento de menor duração passa a sensação de agilidade, uma cadência mais rápida, enérgica.

Para pensar a continuidade, é importante pensá-la no âmbito das ações (movimentos), do som e, se houver, dos infogramas (textos, gravuras, animações digitais, etc.).

  • continuidade do movimento (ação): A montagem deve falsear a ideia das secções, que não devem ser percebidas, a não ser que esta seja a proposta. Para adquirir esta sensação de continuidade, é preciso fazer o público prestar atenção nos movimentos, e não nos cortes. 

  • continuidade do som: Para haver continuidade de som (sobressair-se na montagem) é necessário escolher qual dos fragmentos da composição será o plano principal; dessa forma, a sincronicidade entre imagem e som será percebida, sem causar a sensação de erro mesmo que os outros segmentos estejam dessincronizados. Se tratando de ruídos e efeitos sonoros, é possível também trabalhar com combinação de sons sem causar estranhamento ou dificuldade de percepção do som (o que pode acontecer com uma trilha musical por exemplo).


TÉCNICAS BÁSICAS DE EDIÇÃO

  1. Organizar a montagem: analisar os materiais brutos (vídeo, áudio, imagens, …) e montar um ROTEIRO para o vídeo, isto é: decidir como será montado, que segmentos serão seguidos de outros, como será encaixado o áudio e imagens, … 

  2. Fazer a montagem básica das cenas no programa de edição de vídeo. Se houver uma música para ser inserida, é necessário inseri-la para sincronizar os cortes com a música (continuidade). Será mais difícil fazer isso depois de cortar já os vídeos.

  3. Lembre-se de salvar o projeto a cada alguns comandos, para evitar perder progresso.

  4. Prestar atenção na harmonia da composição, por exemplo: combinação de cores, luzes, brilho, … 

  5. CORTES:

    1. corte seco: corte sem efeito de transição. O primeiro quadro de um plano sobrepõe o último do plano anterior, que gera uma sensação de mesmo tempo/espaço.

    2. corte suave: corte com efeito de transição fade. O plano vai sumindo na medida que o seguinte vai surgindo. Há uma mescla dos planos — atemporalidade.

    3. efeito técnico: efeito animado de transição. 

  6. VELOCIDADE: Caso haja mudança na velocidade do segmento, faça isso antes de uni-lo ao próximo, porque pode alterar a concordância com o áudio em breve.

  7. CRÉDITOS: 

    1. iniciais: nome do vídeo, produtor e diretores, principais atores, …

    2. finais: elenco e equipe técnica, nome das músicas, realizadores, patrocínios, … 

  8. Pode acontecer que no início e fim do vídeo o áudio comece do nada e ocasione um “soco”, no qual a caixa de som não suporta a frequência desse áudio, gerando uma falha brusca no som. Para neutralizá-lo, pode-se utilizar um efeito de fade no som, no início e no fim.

  9. Após sequenciado o áudio e vídeo, adicionar os efeitos especiais, imagens, etc. Se você quiser editar as imagens a serem inseridas, faça isso antes de importá-las ao vídeo (alguns programas de edição oferecem ferramentas para a edição de fotos, então este processo anterior não é necessário).

  10. Assistir o resultado final, verificando os detalhes de sincronização, combinações de imagem, se trazem informações pertinentes à proposta, se não há nenhum som indesejado, se os cortes do som não estão excluindo partes importantes de fala ou música, …

  11. Exportar o seu vídeo para a segunda pasta. 

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EXERCÍCIO

Proposta

Para esse experimento de edição, a proposta aqui é a criação de um videodança a partir do material coletado nos outros experimentos. Sem medo de ser feliz, a ideia é juntar as partes estabelecendo relações entre elas, seja a partir de luzes, de cores, de padrões de movimentos, pelo cenário: quais são as possibilidades de criação de sentido a partir de recursos de edição 

entre cenas aleatórias?


DICA: escolha um editor, seja para celular, seja para o computador, e pesquise vídeos tutoriais no youtube sobre como conseguir efeitos especiais com ele.

Dia 13: Texto
Dia 13: Vídeo

BIBLIOGRAFIA

Para esse post, foram consultadas as seguintes referências:

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