SONOPLASTIA
Bem vindes ao décimo primeiro post!
Após vermos um pouco sobre o corpo e a câmera, voltaremos nossos olhares aos elementos sonoros na videodança.
A sonoplastia é uma das principais responsáveis pela edificação do ambiente criado para as cenas. Sendo assim, pode se adequar a qualquer proposta, alterando as formas da sua presença: não só o volume (altura do som), pode-se variar a natureza dos sons entre músicas, ruídos, efeitos sonoros, a voz e até o silêncio.
Independente de conhecimento teórico musical prévio por parte do espectador, a música raramente passa despercebida numa produção cênica. Ela faz efeito por si só, podendo assustar, reconfortar ou instigar, conforme o contexto no qual é apresentada. Entretanto, dependendo da proposta, a direção pode achar conveniente não utilizar-se de trilha sonora, mas de outros sons — ou da combinação desses elementos. Como exemplo, a videodança frequentemente se utiliza de sons gerados pelo atrito do corpo, elementos da paisagem cênica (como vento, água ou algum objeto), ou até mesmo ruídos não identificados — interessantes por não carregarem signos pré-formulados. Afinal, essa linguagem experimental permite dialogar com inúmeras possibilidades para (re)criar sensações.
“Quando o ruído é incorporado intencionalmente ganha status de efeito sonoro, deixa de ser pura desordenação interferente ou sem sentido e passa a participar da composição da cenografia acústica.” (SILVA, 2005, apud CAPELATTO; MESQUITA, 2014, p. 88)
EXERCÍCIO
Proposta
A trilha sonora na videodança tem uma infinidade de objetivos: pode simplesmente ser uma música ao fundo, pode se relacionar diretamente com a coreografia e o bailarino, pode ser uma composição feita somente de ruídos, a narração de uma história ou um poema, enfim!
A ideia aqui é descobrir possibilidades dentro desse universo! Como dançar sobre ruídos, percussão corporal, os sons da casa e mais.
A seguir, o nosso vídeo exemplifica uma destas possibilidades de criação. Construímos uma sequência de sons apenas com elementos caseiros:
BIBLIOGRAFIA
Para este post, foram consultadas as seguintes bibliografias:
No Nível do Plano, resenha do blog Segundas Impressões, disponível em: https://assegundasimpressoes.wordpress.com/exemplo/cinema/no-nivel-do-plano/
Videodança, de Igor CAPELATTO, Kamila MESQUITA, 2014. disponível em: http://repositorio.unicentro.br:8080/jspui/bitstream/123456789/821/5/Videodança.pdf
Ademais, vale conferir:
Provocações sonoras : uma investigação da escuta na criação cênica, dissertação de mestrado de Maria MENDO, 2016, na qual apresenta reflexões sobre o processo de criação de Fábrica de Calcinha, pesquisa artística realizada pela autora com o objetivo de explorar a sonoridade como ativadora e norteadora da composição da cena. A escuta se afirmou como poética de trabalho, mediando as interações que deram forma ao material cênico. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/147147
Ainda mais a fundo, sobre o corpo e seus sons:
Não é exatamente uma bibliografia, mas um grupo brasileiro que merece ser conhecido e valorizado, importantíssimo pro repertório pessoal de cada um: BARBATUQUES. Confiram o trabalho deles. Deixo aqui o canal do youtube: https://www.youtube.com/user/barbatuques