CONSCIÊNCIA CORPORAL
Bem vindes ao segundo post!
Hoje começamos a nos adentrar em um elemento fundamental pra videodança, cujas ações serão o mote de toda a criação: o corpo. Ele é a principal fonte de emoção da obra, um importante transmissor de significados.
Diferente de uma apresentação ao vivo — na qual o espectador escolhe para onde volta seu olhar —, num vídeo é possível direcionar o olhar do espectador, potencializando a capacidade expressiva desse corpo. Com isso (e demais artimanhas audiovisuais que serão exploradas no futuro), os significados que o diretor busca passar não dependem somente da maturidade técnica do bailarino para serem transmitidos ─ o que, de certa forma, democratiza a possibilidade criativa em videodança.
Tendo em vista o protagonismo do corpo num videodança, ele será explorado de algumas maneiras durante o projeto. Hoje, nosso objetivo é voltar nossa percepção para esse corpo sensível, ou seja, consciência corporal!
Há diversas maneiras de conhecer o nosso corpo, desde estudos teóricos anatômicos (a base do conhecimento do funcionamento de todos os corpos - geral), a estudos de práticas corporais, cujos resultados são exclusivos para cada indivíduo. Hoje, nos ateremos a esse segundo modo. Para isso, nossa abordagem será embasada pelos estudos corporais da educação somática. A partir dela, não é o corpo em si a ser abordado, mas a experiência de cada um a partir do corpo.
EXERCÍCIO
Proposta
O objetivo dessa prática é se ligar no nosso corpo, no que move os nossos movimentos, o que ocorre por consequência deles, quais partes do corpo se envolvem, etc.
Pra quem pratica uma dança, não vai ser algo muito novo… mas é um aquecimento ótimo :) ; pra quem não, pode ser uma experimentação diferente. Permita-se sentir!
Essa prática conta com uma mediação ao vivo! ...tá, mais ou menos ao vivo ehehhe
É só soltar o vídeo e seguir as indicações no desenrolar do momento ;)
Dá o play aí e vem ser feliz!
Essa prática, como as outras, é um dispositivo pra apresentar questionamentos/possibilidades, ou seja, elas não se esgotam nunca… dá pra seguir fazendo, sentindo coisas diferentes, comparando as práticas, sempre tentando identificar os elementos que interferem nos resultados.
Pra isso, é sempre bom se perguntar coisas do gênero:
“Como cada música influencia na velocidade dos movimentos?”;
“Se eu mover meu braço, como meu abdomem reage a isso?”;
“Se eu estivesse usando uma roupa diferente (mais justa, mais solta, mais pesada,...);
Como minha pele estaria se relacionando com essa prática?”
Pra quem quiser explorar mais coisas, segue aí uma playlist de referência pra outras experimentações. Ela é propositalmente eclética, justamente pra instigar potencialidades a partir de músicas diferentes :)
Playlist Oficial A Casa Como Cena:
https://open.spotify.com/playlist/4niUugBRIf6nkhmp2e4m6A?si=KPdOutgCRaSoTy7TxFfv_g
DICA:
Trabalhar o corpo é um processo infinito. Então, sempre vale descobrir novos modos de questionar/propor/instigar essa nossa máquina.
Uma prática que me ajuda bastante a melhorar a percepção do meu corpo, a olhar pra dentro, identificar o que eu sinto em cada parte do corpo, afastando pensamentos que não são sobre o presente e sobre o que eu sinto é o Yoga (eu, Bárbara, recomendo a pesquisa sobre)...
Mas é sempre importante lembrar que cada corpo é um corpo, e o que funciona pra uma pessoa pode não funcionar da mesma forma pra outra. Respeite o seu tempo! De qualquer jeito, vale experimentar, experienciar, descobrir ;)
BIBLIOGRAFIA
Usada para este módulo:
Educação somática: o corpo enquanto experiência, artigo de Débora BOLSANELLO. Disponível em: https://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/11n2/11n2_08DBB.pdf
Sugerida para ir além:
Em pleno corpo - educação somática: movimento e saúde, de Débora Pereira BOLSANELLO. Publicado pela editora Juruá
A anatomia da dança, de Jacqui Greene HAAS. Um guia ilustrado para o desenvolvimento de flexibilidade, resistência e tônus muscular. Publicado pela Editora Manoele.
O poder da autotransformação: a dinâmica do corpo e da mente, de Moshe FELDENKRAIS. Publicado pela Editora Summus.
Cada dança tem seu jeito ou cada inventor descobre um jeito, de Helena BASTOS, texto publicado no livro Húmus 3, 2007, org. Sigrid NORA, Caxias do Sul: Lorigraf.